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BENVINDANÇAS

bem vindo ao tempo em que centopeia era carro de guerreiros/
bem vindo ao castelo do último vampiro associado ao último dos dragões/
bem vindo ao amor do amor amado na chama louca dos compassos sussurrados pelo deus dos relâmpagos clamados/

bem vindo à torre em que o pirata espreita o sono povoado da princesa, sabendo: conto de fadas é armadilha e só o otário espera compreensão/
bem vindo, sobretudo, à terra de uma política tão incorreta, que dizer o que pensa é obrigatório na luta pela vida que mantém a cabeça no pescoço

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domingo, 31 de outubro de 2010

O BANHO da MULHER AMADA


A lágrima de diamante abre um rio
não mais o deserto é a mão apagada de linhas
o Anjo Metálico caminha nos acordes
da guitarra
buscando a estrada
pois o descompasso do sol
com o sonho muda o desejo

A paixão modulada no delírio
inaugura o compromisso do mendigo
com o tempo, compreenda-se
que a ótica coberta pela luxúria
responde com loucura adulterando
os mapas da liberdade,
as estradas fechadas pelos demônios
travestidos do belo demonstram
que é preciso romper o caos
montando os cavalos do pensamento selvagem.

O Anjo Metálico espalha cometas e luas
agitando a cabeleira e a echarpe,
a estética da busca sem fim
substitui a bucéfala orgia
da eletrônica,
somos querubins fabricando o vinho do deleite
para o banho da mulher amada
repleto de êxtase fumegando asas
e armaduras divinondulantes!
no pátio dos loucos
abandonados pela fêmeas.


O castelo dos seres zodiacais
desfralda bandeiras
enquanto o Anjo Metálico
fecunda a Rainha das Fêmeas
no lago alimentado pela Cachoeira
do Deleite Acquaonírico
para que do teu perfil o sol grave
no solo dos desertos a vontade
de beijar teus lábios como único oásis,
livrando o gênero humano
do Flagelo Pornô redimindo a Carne
e o prazer pelo pouso geométrico
dos astros desfraldados do universo
no cio embandeirado da mulher
que muito mais do que desejo
é uma canção de amor

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ESTRADA de MULHER


Meu amor, estou mergulhado no eterno oceano do nosso amor,
a lua & e os cavalos alados se encontram
sobre as águas repletas desejo, não mais o garoto envia
sinais de fumaça, pois os índios entenderam
que o homem se fez de dentro de Tanto Amor...
dragões distantes enviam charadas & grafites do crepúsculo,
para que possamos armar nossa tenda a beira-mar,
& a saudade de você ainda é tanta,
que o teu rosto distante indica a minha nudez
compartilhada pelo eco do nome teu,
porque chamar-te embaixo das chamas místicas do sol poente
é entender a tua estrada de mulher,
& que do sorriso misterioso
uma canção indica calma.....

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CARRO PREMIADO


Somos pássaros feridos perdidos num vôo mutilado Temos asas vazadas asas murchas
asas na tipóia o sol é a banheira o sol é o carro premiado para nossa cobiça repleta de pirataria
Ah! vamos oferecer a nudez dos nossos corpos como escambo numa oração feita de tatuagens
Estamos presos num cativeiro, os sonhos caem de rosto na lama
estamos isolados da Fé
pelas chamas perfumadas das pedras carnavalescas que iluminam o caminho do abandono
o menestrel desaba rasgando os molambos nos baixos do viaduto
o horizonte coberto pelo sangue do silêncio
- que nós bebemos aclamando o Poder

2

Quanto mais andava o homem sentia-se nos astros vistos de olhos fechados
dentro dele não mais havia o escuro mas um jardim iluminado
cujas estátuas esculpidas nas primeiras pedras do sol
reviravam os olhos metálicos contando a história da paixão
Assim fazia orações aos deuses vitais:
a Amizade o Amor a Compreensão

3

De braços abertos no cume do maior dos penhascos ele bebe banhando-se
nos símbolos trafegantes pelo cosmos e que na terra
traduzimos confusamente na forma do Consumo e da Política
Onde os Querubins que disseram viriam salvar-nos?
Aguardam a queda da mentira, aonde os sonhos feridos
animam a feiticeira a celebrar aliança com o canibal
montados no cavalo sanguinolento

Quando cortaremos a cabeça da Política erguida por nossas mãos remendadas de pregos iniciando a Justiça? em qual gruta dorme o Caçador com a pele do Urso?
como eu durmo sorvendo-te o cheiro do sexo escancarado para o delírio
fazer de mim mais que um deus, um homem enraizando-te nas entranhas

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NO SONHO


no sonho o arco da lua
dissolve num morro de areia
cujo brilho afasta a escuridão

eu sonho e os anjos marginais
berram o indecifrável
desalinho na ordem

as ruas apodrecem
quando o ovo do dragão racha
caos e sangue escorrem das nuvens

foi então precipitada abismo abaixo
chuva de pérolas q'explodem heróis
e o gueto vence o medo

no sonho o edifício é uma flauta
gigante e a deusa sopra pelas estradas
o segredo do Avante

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SEXO à GRANEL


Eu espalho as revistas incertas
da teimosia
nesta prisão moral,
eu calço nos dedos os olhos
afiados
pelo canto do sabiá,
a noite e o dia
são pólens
escorrendo dos sexos
que o gênio pinga no mar
o cego tateia na alameda
as estrelas
apagadas
do Paraíso,
longe das certezas das delegacias
só o exagero
é verdadeiro no amar,
porque eu te corrompo
e te prostituo na arena
e o meu amor
é cada vez mais surpresa,
não importa o que se mova
ao longo dos muros
na escuridão,
eu sei o que se esconde
embaixo da batina dos cardeais,
o sexo à granel
é uma realidade
que o dinheiro
ainda pode comprar,
eu sei disso
meu olhar
é uma flâmula
costurada
pelo som do mel
engasgado
na única infância permanente:
a saudade desvairada

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

AMOR de CÃO


Nas casas abandonadas faço estremecer tua alma
pela virulência do amor de cão que embrenho
no luar das tuas carnes

Quem segue na estrada
recolhe a sombra debaixo da árvore
que é sempre noite

Como uma pedra
eu faço parte da estrada,
a Rainha vem num cavalo
docemente selvagem
a nudez dá sentido à aurora
e o caminhão leva meus ossos até a guerra,
quando a Terra se alinhar ao Sol
apareço, enfim, gargalhando cópulas
ao longo da tua pele
que inspira rouxinolices
aos anjos que circulam
disfarçados de humildades

A capa branca do bruxo rasga
e o sexo uivando estrelas
mostra minha cara libertina
te caçando - fêmea estendida
pela seda, sonho das pétalas,
quando estarei livre do tempo
e da obrigação de atirar estrelas
ao céu passante? Molhado da tua égua
engendro liberdades, e a carne ilumina o sonho

sábado, 11 de setembro de 2010

MULHER'ANGULO


verberótica
femetria
dadilouca

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

URUBU em BRASA


Eu amarro o burro
do lado escuro da lua
aonde os bares fantasmas
fecham nunca

Eu vivo sinistro - urubu em brasa!
meio sorrindo como o sol
é uma pedra encravada
na dúvida

e o arco-íris o canto rupestre
do rouxinol desencarnado,
ávido pelo verão,
nativo como o sonho bárbaro

Eu fui aquele por quem as velas
derreteram em lágrimas
a sombra sorrindo
fúnebres serenatas

Derramadas pela taça
na lua,
pragas em ventania,
o que resta além da orgia?

Pálido o alazão lunar
morre a segunda vez
pela sereia e descobre:
só na mulher o sexo é vampiro

A busca
é uma ilusão
geométrica,
o caos amontoa
pedras
sobre a chama lógica

o oceano é apenas
um carnaval
de bolhas sopradas
levando desenhos

eu já nada quero
embaralho no verso
a cabeça que há
de ser degolada

vendo o amor
seguir
pedalando
num balão

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

OLHOS APAIXONADOS


Cada noite de desencontro
é um grito estrelando
a saudade no abismo

Cada noite sem você me descompleta
cada lágrima solitária deixo espetada
nos clarões da lua

O deleite dos anjos espalha as brasas
da anarquia aonde eu só queria
ter você

As estátuas sibilam mensagens
pelas aves noturnas
sexo e liberdade encarnam na praia
um anjo de fogo que eu dobro
até fazer da areia um sino do céu
e os amores que eu deixei
dedilham harpas nos meus olhos
apaixonados por você tão intensamente
que nem na morte dispo da pele teu sabor

e o pássaro cego sabe do que é feito o sonho

quando a natureza
se faz música
pelo sorriso da tua alma

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

COMBUSTÍVEL para a VIAGEM


Correm os dias tocados pelos dedos do Artista
e tudo, as coisas e os sentimentos, recebe o número
na voz do pássaro. O que foi e não tem volta
permanece guardado pelo sapo que ostenta
anéis mágicos nos dedos.
As pedras sabem o que é sentir.
Os pássaros irresponsáveis!
mostram ao mundo como é sentir.
Raios cravados na praia carnefestiva
são o portal do motel eterno.
Meço as estrelas pelo óleo no motor.
Com a rosa pulsante do sexo feminino
na mão e na estrada, colho entre o pássaro
e o mito, o combustível para a viagem

A PELE do SONHO


Uma sombra levanta mulher
do sonho do querubim
e o beija-flor beija aonde for
na menina
ferina
e a estrela entende
a mulher é o céu por aqui

O ladrão alquiminha a rua
- arquimista,
e a raça muda
quando o sexo é múltiplo
maltra'pilhando
o selo
q'ecoa a voz de baixo da água

A lagoa evapora anjo
aonde a mulher
é a lua oceânica,
pobres diabos e os ricos
sobram falidos
nenhuma alma
vale mais do que as cinzas

e o louco cheira
na linha do trem
as gotas da chuva
aveludadas
como a pele do sonho
da trepada
com a namorada

AS LINHAS da MÃO VIRAM ESTRELA


O deserto de cristal
esparrama areias musicais
sobre o nosso gozo
de caçador e centaura
e entendemos
o ciúme é um anjo rebelde
- esqueleto do sonho

O amor é uma profecia
que deixa o sexo
aos números - brasas e agonia!
a bandeira tremula
inflada de gritos
e revelações
e nas areias cada gota de suor
é pérola colhida pelo demônio caolho

Cadê o sagrado?
levadas as vestes de cosmos
permanecemos com a flor intrépida
queimando e neste quadrado
solar cuja noite é uma pedra
tapando o sonho
a palidez do sol
perde o aborígene
para a TV

o homem que pintou
as paredes do céu
não pode ser cadáver
os anjos acendem nas velas
semibreves chamas de Adeus
e as serpentes urram
invadidas pela música

eu piso na brasa
com vontade
visto branco
porque o teu sexo
purifica na massagem
a minha síntese
pois as linhas da mão viram estrela
e o céu é outro

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ENSOLARADA no MEU CÉU



A estrela caiu
no meio do inferno
e das sombras levantaram
anjos de amor

O sonho subiu
da tristeza do solitário
e a noite abriu sol
espalhando a festa

Eu sinto teu sexo
no perfume da lua cheia,
eu me banho na fruta
teu pomar minha ceia

A canção deslizou
do corpo amado, pelo ar,
quem adormeceu na praça
foi embora ao sonhar

E se mudar o tempo
é passagem pelo adeus,
comigo segue a mulher
ensolarada no meu céu

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O CASO IRÃ: QUESTÃO de PLANEJAMENTO



Engraçado esse negócio de política internacional.

Dos primitivos clãs, que se alastram na busca da riqueza, até o agrupamento moderno de Estados militares em torno do Capital, a política internacional se caracteriza muito mais pelas trombadas e patetices, do que pela liturgia diplomática das casas consulares.

E dentro da atual Inquisição de modelo capitalista, não poderia ser diferente.

Lord Mensalóide, na sua peregrinação internacionalesca, sensível que é às transformações no sobe e desce pela liderança do planeta, resolve meter o pé no ar na esperança de deslocar a modernidade das mãos tutelares dos Eua.

E o que se viu? Um apanhado de trapalhadas brutuculescas.

Primeiro, postou-se ao lado do Mahmoude.

Segundo: formou um bloquinho de aves arribantes, culminando com uma declaração iraniana p'ra lá de vaga.

Último: assinou a sanção da ONU contra o Irã e mudou de lado.

Do ponto de vista diplomático, a chancelaria tupinincrédula é um fracasso.

O bom mocismo babaca e síndico-liberal do Presí, é ridículo.

Não pelo fato do Mahmoude ser péssima companhia ( pergunte à mulher, aos intelectuais e artistas (de esquerda ou direita), o que é viver na opereta aiatolesca)), mas porque o Brasil é integrante de um bloco hegemônico sob tutela de uma potência militar, e a única maneira de alcançar a independência passa pela autonomia armada, e isso envolve auto-suficiência nuclear (qualquer dúvida, manda as trôpegas forças armadas americanas se meterem na Georgia, p'ra ver o que acontece).

Quando se traça um plano de ascensão e independência, é levado em consideração uma política sólida na formação de alianças estratégicas.

Muito bem. Qual o planejamento do Governo Mensalístico, para mobilizar os auto-denominados Estados emergentes em prol do Irã?

E qual a justificativa para deixar um bloco, do qual era, bem ou mal, o líder, para servir de vagãozinho no bloco dos Eua?

No primeiro caso, o umbigo. No segundo, a irresponsabilidade.

E porque irresponsabilidade?

Porque a Casa de Rio Branco sempre se baseou no bom-senso. A diplomacia brasileira é dona de uma das mais sólidas tradições na gestão de conflitos internacionais, baseada sempre no respeito pelas tradições e costumes dos povos, planeta afora, e no direito dos Estados que estruturam estes povos, de se armarem garantindo independência.

Nunca, na história da Casa de Rio Branco, o Brasil condenou o direito dos Eua, Rússia, Inglaterra, França, China, Cuba, e outros membros do Clubinho militar, de se trajarem de super-heróis atômicos.

Porque condenar o Irã?

Como é possível condenar o Irã por não abrir os segredos nucleares, se Israel se cala quando perguntada sobre a bomba-atômica sionista?

Seja como for, Lullinha, o Bom Menino, atirou no lixo a tradição da diplomacia brasileira, porque se o principal esforço desde Governo Itamar (razão porque FHC ocupou a Chancelaria), até hoje, era liderar o bloco dos Estados emergentes, este esforço deu em nada, no momento em que a assinatura batráquia do Presidente tirou o Brasil da liderança emergente para cãozinho amestrado da senilidade anglo-saxônica.

sábado, 14 de agosto de 2010

SEDE de VIVER



Anjo
evaporando
do perfume da rosa

A fêmea do centauro
é a sede de viver

Estática
você é a odalisca
tracejando a canção

Inteira
você é a vinda
quando o horizonte
lagrimeja as estrelas
e a noite
é uma ninfa
no milagre da dança
quando o silêncio
é um olho alado
na espada do desejo

a rua devolve
a saudade
e o sonho é festa

o que pode a fome
quando o amor
é certo?

Só é real
o sonho
no chegar direto

A Beleza
segue
quanto mais permanente

quanto mais
permanente
a Beleza segue

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

GOTA SAGRADA



Só você tem no olhar a sonoridade mágica
do verão recebendo da primavera o cetro
da Beleza e da Harmonia. Do amor você é o ouro
pois que é do amor também
a linguagem do metal.
A vã guarda das ruínas lógicas desmaiada de sons esotéricos
sob o salto rubroverbal do sol, detém
a percepção da gota sagrada
- jóia do amor entre a Aurora e o teu sonho
que as flores raras abrigam no ventre pela fé

Cavalos alados pelo ônus da imortalidade liberta
vêm comer as chamas açucaradas do amor
nas mãos animadas de encantamento e música que sendo
as tuas, são perfumes arquitetônicos da linguagem universal

FANTASIAS


Deitado detrás do sol
o anjo levanta a cabeleira
e enche de cores
os portais do céu e do mar

Os amor é assim mesmo
mais sonho que fidelidade
fantasias
não têm lugar
no circo místico da lógica

Loucura é aquarela
o fogo que junta os anjos
queima cada
chama uma pedra
cada alma gêmea gema do céu

terça-feira, 10 de agosto de 2010

TUDO em MIM É VOCÊ


O balanço que vai
e encanta, é a canção
que vem no teu desfilar,
e a emoção que é tanta
espalha a delícia do olhar
e leva a beleza que nunca foi triste
feito só o sonho do amor que resiste
numa aquarela que Alguèm
que fez o mundo pintou.

A se é cheio como a música no poema
o teu caminho, de um amor
todo brilhante de confissão e entrega,
só é meu o amor que existe
na felicidade de ter você amada
sem censura e sem limite,
na beleza do deleite que na vida
do caos desenha a flor,
porque tudo em mim é você aonde for.

Moça tão linda
de se ver,
a tua vinda
é mais que um gingado
é uma festa no azul ensolarado
é um jeito de existir
só p'ra te ter ao meu lado

domingo, 8 de agosto de 2010

EU FUI SABER da SAUDADE



Eu fui saber da saudade
quando desencontrei você,
como pode o homem conhecer
do amor, se o que é tanto
é milagre nos olhos da amada,
se o quero-ver desenha o sonho
aonde é caos.

Eu fui saber do saudade
quando te encontrei,
amar é entender o quanto da ausência
há no ter, amor é a incumbência
da alma mostrar à gêmea
o quanto há de merecer,
amando tão amante de um amor
feito do quê.

Eu fui saber da saudade
te chamando pela noite enluarada,
num amor levantado de tão carente na fé
que até os pássaros derramaram
o azul do céu aonde pedir é mais que tudo
te esperar, e se na tua busca
inflamei a escuridão riscando esperança
e querer no caminho, o tempo ficou estrelado
porque meus olhos te enxergando
cobriram-se de amor

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

DENTRO do CÉU


Ao estender a manhã, o Artista
afinou o sol pelo canto do pássaro
mais solitário e pelo frescor do riacho,
e desenhou no tom da neblina
e dos perfumes das flores
- o Anjo,
de tal maneira doce,
que a Beleza só tem sentido
quando o céu rodopia melodias
escorrendo-se de cores inexplicadas


O Anjo soprou, então, através
das pedras acumuladas da dúvida
- sonhos projetados em labaredas,
e os bosques nasceram,
pois como seria possível
de cada sorriso do planeta
um criança chegar
sem bosques que lhe presenteiem
embaixo do arco-íris
um unicórnio?

Só é permitido conhecer do lado oculto
quem abandona os limites da ambição,
é que o Acaso manifesta uma álgebra superior
cujo eco desenha os olhos
do Anjo da Doçura,
e ensina que só existe Beleza
quando a alma é estrelada de canções,
pois se existe uma gota do néctar celeste
deixada na Terra
é a Mulher que põe na Arte o que é dentro do Céu

terça-feira, 3 de agosto de 2010

AO TE ENTENDER



Ao te entender espalho cintilâncias
da flauta pela canção,
toda resposta é apenas o silêncio feito
na matemática seca da desilusão

Mas, se o sonho é a ciência
furiosamente intacta do erguer,
inventa-se a roda definitiva
ao entregar no corpo trêmulo o porquê

Ao te entender dissolvo cada vez
menos o deus que nunca fui,
e permaneço sexo e alma

em cada morango que escorre
a sonoridade do sol,
você é toda a ousadia que o poema faz mulher

ERIKO ALVYM - BALADA POETIKA: APENAS no SONHO

ERIKO ALVYM - BALADA POETIKA: APENAS no SONHO: "Pode deixar, acredito apenas no sonho, quando você despir a suavidade da aurora entenderei que o céu é mero Acaso, e que apenas na mulher é..."

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

COSMOLADRÃO

O anjo enroscado no galho da árvore
vocifera brotado de flores e legumes
pelo corpo andrógino de tão combalido

Como a rosa de todos os pecados
aliso o sexo sobre tua foto
ao teu nome os céus permitem
as devassidões mais originais
públicas
porque minhas
sou um homem brutal
espancados verbo e ilusão
reintegrado ao mito,
e se desembainho a lágrima
sideral
é porque nenhum caminho
limitou a minha fúria,
apenas cabe a mim lembrar
estou vivo antes do percebido
imigrante do amor vidente
porque só o teu ventre
me conteve
e desde que me lambuzei
na vertigem do possuir-te minha como saciada
sou teu como o pássaro alucinógeno do sonhar amanheceres
cosmoladrão
como um anjo roubando néctar
do beija-flor
amante porém conspirador

sexta-feira, 30 de julho de 2010

EVIDÊNCIAS

A estrada é feita de olho e de sonho
as botas marcadas pelo Adeus.

O Anjo embainha a espada de raio
no olho cego - tambor dos cânticos!

Animal como a vertigem
- o sexo, real como o pedido: o amor,

das chamas flechadas pássaros rolam
arruinando profecias,

dos clarins mel escorre derramando rosas
sibilantes e rasgando lagartos que liberam
príncipes e odaliscas das peles incendiadas.

O céu vigia pelo sol, cujos cavalos
são nossas preces,

e se minhas mãos modulam
as asas agitadas dos anjos
é porque não tenho tua alma
para equilibrar-me os olhos,
e o teu corpo é distante
- feito o sonho uma tenda solitária.

Eu esqueço as evidências
só o mistério entende o teu amor,
confeito-te no sexo chocolate,
e levanto o martelo dos deuses
para que os trovões domados
ecoem o acalanto
dos nossos excessos de amantes

quarta-feira, 28 de julho de 2010

DESTINO de ATEU

Desde o dia em que te vi,
vivi a loucura e não voltei,
como só os astronautas
que vão morrer em Atlântida.

Tua voz de pássaro descrevendo
ouro num buraco da lua,
teu cheiro de navio pirata naufragado
para servir às orgias das sereias,
teus músculos de amante selvagem
surgida das espumas do mar,
me levaram ao puro delírio
dos desembarcados na terra encantada.

Te saber inalcançável inspira
o descobrimento de novas Américas
ir é o meu destino de ateu
no deserto que serve de prisão aos anjos rebeldes
chamando o desterro e seus seguidores,
os deuses vieram a pé, de ônibus, de caminhão,
vieram reis banidos de todas as terras
guiados pelos seqüestradores sem crença ou ideologia

A mulher de negro dá de comer
aos raios no alto da torre,
enigmas fazem das instituições
disfarces do caos,
atiro moedas e batatas da janela
sangrando o vício dos miseráveis

Ando nu no bosque que tem
sempre a mesma árvore
ansiando a noite apenas por ser noite
vendo teus cabelos sumirem em cada curva.
Entro em você quando mergulho no lago
quando mergulho no lago entro em você
e saio das águas com os braços vazios
do teu corpo de Fêmea do Poente

segunda-feira, 26 de julho de 2010

CONFIDÊNCIAS ON-LINE

Tantos dias rodando nas estradas
deixando p’ra trás cidades
que os nomes nem sei
tudo porque preciso encontrar você
A chuva forte encharca as roupas
a lembrança permanece quente
não existe motivo de voltar atrás
tenho que te encontrar não importa aonde
Tudo o que eu tenho de você é uma foto
e sigo revirando estradas e hospedarias,
perguntando aqui e ali
medindo teu rastro pela sombra e pelo sol
Preciso encontrar você não importa aonde
Só porque estamos distantes
não quer dizer que não te ame,
confidências on-line
sinto tua presença em mim
feito coração e carne,
você faz parte da minha vida
e tudo começou com uma mensagem
A poeira da estrada desaparece
levada pela chuva,
você se tornou parte de mim
feito coração e feito carne
e tudo começou com uma mensagem.

BABILÔNIA

Pedras preciosas pegam fogo,
dos lagos vapores sobem anjos,
pedras preciosas melodiam chamas,
na estrada o mal é valente e sensual,

assassinos ganham as muralhas
e decifram o horizonte,
o tigre encarnado no homem
ao nascer da lua mostra o desdém.

Enganemos os guardas
é hora de entrar na Babilônia,
sigamos com os ciganos, meu bem,
como saberão dos anjos
em missão de extermínio?

Pela noite coalhada de luz
gotas de sangue escorrem da lua,
o chacal avisa que o covarde
não encontra abrigo nas sombras sibilantes.

O casal guarda a fertilidade da filha
na jaula, é preciso pagar
para ter linhagem, olha meu amor,
como se corrompem os fiéis da fartura e da vadiagem!

Não adianta sonhar como poeta
- a Babilônia cunha moedas,
não adianta o milagre,
mede-se fácil a alma do ordinário.

Venha comigo pela longa avenida das sombras,
ao redor das fogueiras os pecados borbulham
nas garrafas cheias de almas, o demônio
que o anjo numerou na face
trafica sonhos pervertidos com o pastor.

Venha, mulher cujo sexo é o canto de um pássaro
nascido dos sonhos de um casal de anjos enamorados,
venha, minha fada do cio, em algum lugar seremos felizes,
deixemos a Babilônia queimar no vício,

segue comigo, vestida apenas com o vermelho
da tua nudez mais fêmea que a Aurora,
montemos nos cavalos ferozes do coito sem piedade, a gente má
é do passado, todo o deleite é do amor o nosso refúgio abençoado.

A NATUREZA É uma CANÇÃO

Ao despertar, a Aurora cobria a Nudez
com as chamas que me faziam enxergar
a realidade das lendas. Ouvi
a tecelagem cancioneira das aranhas, e eis
que o indulto da miséria me permite
tirar dos olhos a venda
e a magia é plena.

Eu testemunhei a Aurora pingando dos seios
o orvalho brilhante que inebria
a adolescência da lucidez,
a Natureza é uma canção entoada
por todos os seres, o silêncio apenas
o sono da sensibilidade,
as pedras rumbam a magia eterna.

Ver-te Aurora é entender
na Sensualidade a curva
que desloca o sol
sobre a única nobreza humana:
o elo selvagem com o infinito
- o caminho do Éden
é pelo corpo amante

SEXO & CIÊNCIA

As personalidades mais luminosas
da minha época dormem na calçada
entre a droga e o estelionato

Esta não é a terra receptiva
ao Anjo condenado a arrastar a sombra
colhendo as laranjas podres da estrada,
esta é uma terra de igrejas negras
- a monarquia réptil
cintila espadas lavradas dos ossos dos inocentes

Eu encontro a filha do negociante de cabeças
apaixonada pelo rei do tráfico
procurando entendimento e significado,
de ouvido colado no poço
esperando alguma notícia real/
aves descem-lhe docemente pelos suspiros

Por onde quer que eu vá
as pessoas trancam as portas
não querem presenciar
o cumprimento das promessas

O chacal crava a lança
no meio do horizonte, é hora
de encarar as possibilidades

As lágrimas de um anjo revoltado
com a escuridão das almas viciadas
materializam a mulher indecifrada
reinando no mundo baixo dos crimes
patrimoniais perpetuados nas escavações
religiosas cuja lógica é o encontro
do Universo com a modernidade

Rufam os tambores do Paraíso
os anjos de Atlântida
gritam nas celas
e a nova esotérica
é esquecida
porque sexo e ciência
dominam os sentidos

Eu não trago disponibilidades
a perfeição reside no esquecimento

CATACLISMOS, BABY, e DAÍ?

Eu vejo o zíper do céu abaixado,
por onde anjos enegrecidos pela fumaça
dos combates rolam, urrando
a música que não cabe nas harpas.

Eu vejo a justiça nua e sangrada no ventre
envolta nas serpentes da ironia
e os cataclismos aparecerem, enquanto
cada adão na fila errante descia expulso

às favelas minotáuricas dos esqueletos
pendurados nas árvores, nas mãos a fórmula
de uma raça errada escorre o sangue das desculpas
que divertem os tribunais

No túmulo do deus dos trovões e dos raios
o urubu aguarda a nuvem ocultar o sol,
então, o tropel místico da ignorância
estremecendo as estradas soluçantes

dos coiotes e das velhas vadias, apresenta
o marginal conspiratório dos heróis,
cujos delírios grafitados nos muros dos quartéis
inaugura o estágio final da covardia,

o que você queria? são assim mesmo os cataclismos, baby, e daí?

UMA CANÇÃO AMERICANA

América não é só chapéu e espora de caubói,
América é muito mais do que jazz e rock'n'roll,
América é muito além de Hollywood e limousine,
América não é só bater falcão no peito
e torturar inocentes evangelizando o lucro.

América sempre foi aqui, entre desabamentos
de Ano Novo (na verdade o Ano de Sempre),
América sempre foi aqui, no gueto
e no esparramo da miséria pela metrópole,
América sempre foi aqui, um aqui de olhar p'ra dentro.

América sempre foi aqui, um aqui
de oração mal feita e de medo permanente,
América sempre foi aqui, a propina
e a mentira midiata tão americanas
quanto a coca-cola e o guaraná

Eu conheço a América pelos becos,
pelos velhos abandonados dos viadutos,
nas crianças vendendo o corpo enquanto cheiram
o dejeto da droga do burguês,
eu conheço a América no Juiz implacável com o fraco.

Quando for daqui a pouco
o tarde demais soprará as vozes proféticas
dos que sempre morrem em vão, porque na América
morre demais quem vive pelo irmão, quando for mais
que tarde, o sonho desmanchado na aquarela

escorre na sarjeta até o mar

domingo, 25 de julho de 2010

MEGATONS

Quinto-sexo soterrado em metais!
cibernética perda da carne,
na curva, embaixo da escuridão
os lobos espreitam
- esta noite o amor morrerá
atraiçoado
pombos degolados ensanguentando
as igrejas aos megatons

Sereias mentoladas chupando sorvete de fogo do Anjo Tarado
no céu marginal repleto de anjos de bundas de aluguel
expostas nas rochas ensanguentadas sobre as nuvens
mercenários

Lady Vampira ligando a Cidade do Metal
na tomada do Cio do Sonho com a Estrada,
meus braços áridos de você aurora borrada de lixo
microfonia no buraco negro Avenida devoradora caminhão fálico
quero correr numa cidade futurista e subnutrida esmigalhado
pela Beleza Devastadora da mulher nua cravejada por três esmeraldas
murmurantes quero beber o néctar do teu sexo num bar aéreo
emasculado pela suavidade viril das tuas mãos, bela violência
o Grande Fodido entrevera judicipárias e cirurgias alucinógenas
no aquário-metrópole corrompendo guardas de tridentes vivos 

e salta rodando rodando rumo à Porcaria Estrelada

VERBO BRASEADO

Eu recebo do meio das tuas coxas
uma ametista de tesão,
me deleitando de tal maneira
que anjo ou escravo
permaneço desacertando o tempo
numa conta que novesfora o quando

Cada passo de tango deslizado
na teu encalço desloca uma estrela
do mapa do pirata
como posso arrancar a confissão da minha sombra
se no céu planam olhos que me 'spionam o sonho?

Seja como for, as carências do amor
me chamam o vampiro,
eu chego - na mão a guitarra passareda
ecoando verbo braseado
que assaudada o presenteio
do teu bosquear de mulher

sábado, 24 de julho de 2010

MAJESTADE de MULHER

Canibais de um amor sem freios
em nossas carnes os devaneios
revelam a noite quente dos rituais

Eu te levanto o sexo celebrando mais
que a vitória do te possuir completa,
para além de ti na mulher a fera
desperta quanto mais te encharco de fúria

Teu corpo é um santuário
em que a alma badala maravilhas,
o teu líquido sagrado é a lágrima
dos anjos que te sonham noite afora

Eu apenas te quero no mais que tudo eterno
e muito mais que te querer te faço
abusando das taras no corpo que exploro,
porque sei que te dominando
sou teu escravo

Enfeito o centro das delícias tuas
com a rosa de todas as orgias
busco no teu sexo além do cheiro
que embriaga, encher a alma
das riquezas que dão número
à tua majestade de mulher

Eu te chamo retirando flores
das gotas de chuva, sou teu amo
aonde fores, e se te mando
é porque sendo o cavalo da tua monta
cubro-te nas ancas o prazer louco
que só é maior até que acasalados
mostremos quanto o havido antes ainda é pouco

terça-feira, 20 de julho de 2010

VIOLÃO SORRIDENTE

Nos meu olhos eu coloquei asas
e joguei no céu p'ra te espiar
fui tão longe mas tão longe
que só no mundo dos tristes
entendi o que é o Amar

Mas, meu violão sorridente 'inda resiste
coloquei voz nas asas das borboletas
que aos teus ouvidos espalham cores
que dizem sem fim o quanto te amo, e busco
nas ruas as sombras do meu chamar-te mais louco

Eu subirei os degraus das estrelas
depositando as rosas do meu amor por ti
no altar que te levantei na lua,
p'ra que as noites te soprem inteira
o querer mais dos meus pedidos

e se cubro a nudez selvagem
com os vagalumes e as estrelas
que desenham a lenda pela lua no lago
é que despedi o passado dizendo adeus ao trem
e faço do amor a só maneira do te entender

p'ra ser meu bem

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ÚNICA

É a essência
que faz a Natureza
cantar na tua face

Belamente linda
tua Carne é a pintura
de uma Alma extasiada

A Beleza da Mulher
é ser distante,
o instante no Amor
vale o sempre

A lua é uma lágrima
da Natureza
sonhando o teu ser

A distância
que me entrega
você pelo desejo,
é a saudade sorrindo pelo olhar

É a essência
estrelada na tua face
que faz o céu corar pelos sóis
ao te ver belamente única.
única de tão bela

sábado, 26 de junho de 2010

APENAS no SONHO

Pode deixar, acredito apenas no sonho,
quando você despir a suavidade da aurora
entenderei que o céu é mero Acaso,
e que apenas na mulher é permitido ver além do agora.

Por mais que os olhos dos juízes sejam desertos
pouco importa o destino ou a sentença,
levo na alma o arco-iris que a tua imagem
desperta, certo de que nenhuma crença

ensina arte maior do que o amor,
pois é da mulher parecer distante
no intocável ausentar-se presente,

quando na verdade a mulher percorre
alma adentro pendurando estrelas
que ficam melhor brilhando nos olhos

a voz ecoando chamados de Amor