quinta-feira, 5 de agosto de 2010
DENTRO do CÉU
Ao estender a manhã, o Artista
afinou o sol pelo canto do pássaro
mais solitário e pelo frescor do riacho,
e desenhou no tom da neblina
e dos perfumes das flores
- o Anjo,
de tal maneira doce,
que a Beleza só tem sentido
quando o céu rodopia melodias
escorrendo-se de cores inexplicadas
O Anjo soprou, então, através
das pedras acumuladas da dúvida
- sonhos projetados em labaredas,
e os bosques nasceram,
pois como seria possível
de cada sorriso do planeta
um criança chegar
sem bosques que lhe presenteiem
embaixo do arco-íris
um unicórnio?
Só é permitido conhecer do lado oculto
quem abandona os limites da ambição,
é que o Acaso manifesta uma álgebra superior
cujo eco desenha os olhos
do Anjo da Doçura,
e ensina que só existe Beleza
quando a alma é estrelada de canções,
pois se existe uma gota do néctar celeste
deixada na Terra
é a Mulher que põe na Arte o que é dentro do Céu
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