segunda-feira, 17 de outubro de 2011
ÚLTIMA LÁGRIMA
Ao soar a trombeta sagrada
pelo coração do pássaro da manhã
o céu se encheu de cores
pelo gargalo do horizonte
e os povos que celebram a liberdade
cultuando o fogo nas escalas do violão
desapareceram nos becos e nas cavernas
como eu prefiro desaparecer
na estrela que é a última lágrima
de amor da madrugada
descendo pelo túmulo até o centro da Terra
aonde o trono de ossos do anjo
que esqueceu a origem
indica no brasão que o perdido sou eu
Eu já não tenho o amor da mulher sonhada
a tenda na estrada deixei abandonada
junto com a saudade que ficou
no apago da brasa
O carro abandonei no acostamento
com o anjo enamorado pela morte
e levo o corpo cheio de sensações
do fogo e do tesão
e um desejo que me deleita o pau
vibrotremulado na única doçura que molda a glande:
teu cu!
teu cu - uma caverna de seda e geléia de fogo
flor carnívora que massageia engolindo minha alma
pela rola,
anja de quatr'alada
- teu cu, meu fêmeo
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sábado, 15 de outubro de 2011
CASTELO DE REI
Eu sempre hei de Te declarar o meu Amor,
seja de um jeito quieto, ou triste ou incendiário,
selvagem como a minha vontade e o meu querer
Eu sempre sei Te declarar o meu Amor,
quanto mais furioso o meu grito
maior a felicidade de ter só a Ti
Eu vivo declarando o meu Amor que é Teu
como eu sou um guerreiro feito de anjo
que sopra dos sonhos manhãs p'ra ter o que é Teu em mim
Eu vivo só pelo Amor que Te dou
abrindo as brasas em borboletas de som,
porque meu Universo é um poema de cor feito de Ti
E se me chegam sussurros dos beija-flores
é que só a algazarra faz o dia nascer,
do fogo alado da cantoria de uns pássaros
vindos do meu sexo arrebentado na sinfonia do nome Teu
meu único castelo de rei
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011
SOU APENAS UM HOMEM APAIXONADO
A minha saudade é um voz tão cheia de cor,
que eu moro dentro de uma aquarela
pincelada de emoção
Não importa o caminho, n'algibeira
carrego anjos de vento contornados de fogo
cuja missão é contar a história do meu amor
inventando mundos por ti
No rodeio do Boitatá
as árvores liberam melodia e sonho
porque você dança nua sobre o lago
aonde a Vitória-Régia se abre
pelo teu sexo que insuma a flora
de mel orvalhado
A formiga urra o suficiente
p'ra estrela cadente virar um anjo de pedra
e eu vago, maltrapilho, pois já não tenho loucuras
que venda no mercado espiritual,
sou apenas um homem apaixonado
cantando o amor pelo luar sonoro
E este amor,
é só o que te posso ofertar,
meu único palácio é a Natureza
e a riqueza sob meus pés
é o céu profundo aonde o Poder
é o Amor da minha alma máscula por ti
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011
AMOR DE CHOCOLATE
eu tenho um amor imenso todo feito a você
um amor de chocolate servido quente com rum
tão amado na esperança de ser o homem
que amanhece ao seu lado
que solto no ar um pássaro de fogo
com o nome do sonho
porque só sei amar você
e se eu sou um amante todo feito de sonhar
seu é o perfume ecoando minha vontade
o mais que perfeito amor
um amor tão entregue na ambição
de viver o amor que é seu
na carne feita da canção
que o seu olhar inventa em mim
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
MENESTREL BÊBADO
Eu tenho um deleite faiscante de luxúria: Você.
Eu vivo por Você, faço coisas das quais me surpreendo,
tenho ciúmes loucos porque mudos,
eu viro adolescente e faço a idade da eternidade,
sou capaz de todas as proezas por Você,
só Você importa, só em Você posso existir,
convincente na presença.
Eu passo as horas na frente da sua foto,
toda Vida se curva aos seus olhos,
todos os castelos ostentam a bandeira do sorriso
que nos lábios seus é a Autoridade da Delícia.
Você é tão amada por mim, p'ra que o mar
se eu colho no frescor do sexo que em Você é o ritual
que estende a Aura numa festa de chamas e cor
até o olhar de entrega majestosa,
frutos ecoantes dos vendavais do pecado,
e minha alma salta fora como um menestrel bêbado do seu Amor.
Você é a Criança da minha Ousadia,
em Você toda a perversão é ordem e religião tribal.
Amo Você como nunca amei a mim
e entrego o Anjo do meu Ser no Amor carnal
que planto no seu ventre até virar
apenas a fúria no olhar de deusa
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terça-feira, 4 de outubro de 2011
MORRER de VÉSPERA
cansei de morrer de véspera
espero o final dos tempos
esquestando a alma numa fogueira
embaixo do arco-íris
todos os venenos
circulam nos meus olhos
a última lágrima é uma adaga
afiada no sorriso da deusa
arranco lascas do caos
e faço a lua
que os idiotas cultuam nos sonhos
o analfabetismo dos bruxos
pouco importa aos anjos
e demônios que bebem em serviço
eu vago aonde a maré
grita pelas conchas
a escala do apocalipse
e não tenho medo do castigo
minha alma morreu
e os olhos brilham a cruz
do desterro de todo sonho
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