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BENVINDANÇAS

bem vindo ao tempo em que centopeia era carro de guerreiros/
bem vindo ao castelo do último vampiro associado ao último dos dragões/
bem vindo ao amor do amor amado na chama louca dos compassos sussurrados pelo deus dos relâmpagos clamados/

bem vindo à torre em que o pirata espreita o sono povoado da princesa, sabendo: conto de fadas é armadilha e só o otário espera compreensão/
bem vindo, sobretudo, à terra de uma política tão incorreta, que dizer o que pensa é obrigatório na luta pela vida que mantém a cabeça no pescoço

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AMAPOLA

amapola perfuma o sonho intumescida sumo que dá sabor ao sangue,
amapola verão sarado do sexo da mulher descaradamente amada,
eu te espero na praça devorando sorvete do teu gozo irado

braboletra babo seta de fogo no teu colo ao te cantar
quando a festa esparrama maus modos primordiais
na gula d'amapola doura alma estrelando fêmeas alucinações

amapola berra solaridades dadivosas,
primitivos braseios pulsam baluartes fer'amorosos
aonde a ciranda é uma cilada de nudez ritual
aonde te amo sem precaver o desejo porque animal


<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">AMAPOLA</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/amapola.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ROUXINÓIS de PAPOULA


Ultravioleta manhã
pálido incêndio
ferocidade certeza vã
domina o animal do cio

Múltipla violeta beta
se o fogo é o mito anônimo
o que dizer da treta
morto ideal o canto é afônico

piscinights estreladas trepadas
rouxinóis de papoula cheia arrebolem
fábulas malcriadas
desfalecendo coitos carnívoros de réquiem

Surras ávidas de ladras
estúpidas carnagens
divagam miragens
safadamente medradas

salamandra nunca fada

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">ROUXINÓIS de PAPOULA</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/rouxinois-de-papoula.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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sábado, 15 de dezembro de 2012

RELÓGIO SERTANEJO


imprestável a vítima desce abismos
azucrinos luminosos despencam demências
íngremes e abjetas como o amor que eu declaro aos seus pés
e você leva até a vertigem
como o passeio final de um desdém confessado

o baralho diz que o caos é mero bilhar de servilismos
aonde a canalhice alfandegária dos médiuns de arribação
prega retratos dos medos
nas praças devastadas da razão
aonde a praga agourenta das bruxas matinais
é motivo de chacota na cascagrossa kármica
aonde as árvores de Sodoma abrigam urubus verbais,
porque a louca putana das submissões
disturba morais desvalorizadas,
porque o objeto sagrado é o cubo da burrice,
só assim se descobre: a imparcialidade é um relógio sertanejo
cujo cuco feroz ruboriza elementais recalcados,
porque eu digo o amor trucidando anacondas,
eu digo o amor de pau duro levando estrelas na cabeça,
eu digo o amor enquanto o guardião dos velórios esfaqueia almas em brasa,
eu digo o amor e você degola os meus sonhos
com o raio da ferruginosa ira de um alucinado
que já teve o turno de deus,
e o céu avermelha no meu ombro
porque dizem no amor que gente como nós
arranca do deleite o número que dá nome à Terra

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type">RELÓGIO SERTANEJO</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/relogio-sertanejo.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DAMA MEDIEVAL

nenhum ópio é tão macio
quanto as coxas que você abre
saboreando o desconhecido,

abandono estado e posição no seu encontro
porque esperar da doçura o domínio do jardim
quando selvagem é o jeito de ser de pé,

alvísseras e almôndegas servem
meras glórias corriqueiras,
e só quem busca a mulher adiante da ilusão
conhece o território de Eros procriar seres azuis

porque em cada silêncio e reticência entendo o seu plano
e sei o quanto é difícil manter a sanidade
numa terra de ordenações macabras,

em todo caso estou desacostumado ao cansaço
e apenas a intensidade é extenuante
na medida do esquecimento e da ruína,

tenho o corpo costurado
porque os sonhos
se tornaram espinhosos e contusos,

e ainda que a esperança sobre intacta,
como encontrar solução
se a sua voz carrega impasses
e a minha sombra deixa no varal o sorriso
que retarda o destino
avassaladoramente acidental
na estúpida exclamação da vogal proibida
quando a cobrança é uma dama medieval
na intenção de entregar o sexo à perícia do carrasco
pois em você só é linda a ausência,

a bondade é vil

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">DAMA MEDIEVAL</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/dama-medieval.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Erico Alvim</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

SONO DA TOLICE


Procriação pendurada na parede como um poster,
estou entendendo a dissimulada existência

Foi-nos dado o passe para onde a Crueldade é a Ordem,
é possível usar dos ensinamentos da pirataria
e exibir a cabeça do covarde.

O que é doce e conduz ao prazer é a expectativa delitiva,
porque a bondade é uma criança num cesto cercado de cobras,
é primordial ser bruto e sanguinário,
a terra equilibra a indolência escrota
na teia dos ares gosmentos das chuvas áridas.

O carteiro pendura no portão do cemitério
os olhos do condenado escorrendo mistérios góticos.

De tudo o que é permanente incauto,
amores vagam sem qualquer esperança,
há um pálido sorriso deixado na mesa da floresta
quando magos armam na ampulheta a prisão maligna,
assim a perda definitiva caminhada,
porque não é de bom agouro a apaixonada doação
quando o que resta é a sombra fúnebre do desdém
e nenhuma mulher desfaz inútil o sono da tolice
que embriaga o espanto

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">SONO DA TOLICE</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/sono-da-tolice.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CAÇADOR REBELDE


colhem favos de sangue nas bancas criminais,
aonde a docilidade da mulher introduz
a armadilhas sem volta,
nunca houve um krakem no rebanho divino
apenas estranhos centauros de longos cornos e cem patas,
por isso o amor é uma arte mística desprovida de deus,
banidos os herois,
o velho carro da carnificina patrocinada reluz na origem da manhã,
quando o sol é o dente de uma sagacidade,
e a cidade é deserta,
malgrado a fortuna prometa companhia e bebedeira,
não quero nada disso, quero você
porque a deificação do sentimento desvenda melancolias
e maldições que não existiriam, viesse você,
tudo soaria perfeito 
porque aonde você está é perfeitamente feroz e destrutivo,
porque só assim o amor é como deve ser: furioso e sem retoques,
primitivo como um caçador rebelde,
milhares de anos depois do primeiro sonho na caverna,
o amor é o mais nobre dos tigres siberianos
reverenciado por mamutes quando as pedras ainda estão em brasa,
p'ra que um dia eu faça joias da saudade que sinto 
avassaladora por você,
e o seu olhar seja a única gema entre a primavera e o verão

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">CAÇADOR REBELDE</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/cacador-rebelde.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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domingo, 9 de dezembro de 2012

DISPARADA METÁLICA


Poesia é uma micagem do espírito,
quando as porteiras dos preconceitos
estão destrancadas

Dançar é mais sublime,
quando a alma sai do corpo
e vê que o sonho dominou,

o resto é a sibilante ironia do vento,
uivando a disparada metálica
de uma redução voraz dos significados

quando a razão é o animal no estágio da pedra
e a melancolia a igreja de viver o passado


<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">DISPARADA METÁLICA</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/disparada-metalica.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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sábado, 8 de dezembro de 2012

barão da esquina

cada vez 
que eu saí do xadrez
era você que me buscava
no três

junto com as senhoras
católicas das cólicas
você esmolava
depravadas demoras

sabia da primavera
pela mangangava

pobre reino
o rei se foi
derrapado pneu
aonde o mendigo ora
pela sopa
qual deus
é o sabor
qual dos seus
faz o favor

quem inconvenience
na madrugada

qual o motivo
de jogar a carteira

como é que é
morar num abismo
chegando pela beira

dona dos palácios fumegantes
da razão e das cifras
como é dar de comer aos gigantes
quando a única roupa é das listas

acaso
o respeito é um rolls royce
com uma caveira de motorista
espalhando nevoeiro
pelo charuto lunar

qual o sentimento
de ver a energia do mundo
apagando
e a noite dominar
o estado vagabundo sem lamento
uma festa vândala furibunda e desconexa
aonde manda quem tem nos dentes
a fome da presa
aonde anda na manha
o dono da sanha
vigariando sem dó
uma droga pelo amor
quando o fuça-rola
é o que sobrou
quando a rua
é o reduto da sina
quando quem manda
é o barão da esquina

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">barão da esquina</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/barao-da-esquina.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Erico Alvim</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

FANTASIA DE PALHAÇO


era p'ra ser soneto
mas acabou romance cônico,

araponga nunca foi meio termo
entre a ária e o excesso do fanho

o anão é o nó violento
na reta de um horizonte tacanho

alfarrábio de um sexo pecuário
remelexe biga de netuno
quando as conchas fantasiosas
não passaram das cornetas retorcidas
sobre a lua

porque o amor aproveita
mais do caos
do que é permitido ao vizir
ouvir da sagrada pelota

amor é um monstro
tão terrível
que não se arrepende só
quem é depravado

matusquela fela
loucos sangues
o resto
é fantasia de palhaço

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">FANTASIA DE PALHAÇO</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/era-pra-ser-soneto-mas-acabou-romance.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

NIEMEYER

Oscar é aquele cara que agente quer morra nunca.

Oscar é uma curva aonde existir era um medo.

Conheci Oscar. Daddy era amigo dele, afora estão os dois mulherengando em alguma praia sobrenalturalmente curvosa e colorida, quem sabe, em Saturno, vespertiniando com Portinari, alguma piada que o Deus esqueceu de cobrir com os Mandamentos.

Porque Oscar trouxe a chama aonde havia apenas dese

rto, e inseriu a fonte na tirania das pedras, resultado: aprendemos a insaciável arte do sorriso, ansiosos que sempre fomos pelo deleite sagaz.

É difícil imaginar o que é o moderno sem ele, é impossível cantar sem a modulância da derrapagem do sonho.

Apenas andaremos, cômicos cavaleiros, sequer andantes, pois como andar sem utopia, como pairar nos ares absorvendo o azul pelo sonho mais voraz.

Oscar sempre foi o cara, aquele que veio e mudou a tristeza, como mera peça caída num xadrez cujo vencido vira ferro retorcido, e da sucata, eldorados desnudam da ferrugem palácios de uma raça que faz amor pelas canções de entrega.

Festeja, cara, hoje, sabemos, de tão ateus os anjos conhecem Deus.

Beijos, velho

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">NIEMEYER</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/niemeyer.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.

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NENHUM SAGRADO SOBREVIVE

eu não desisti. aonde o feroz, ecoam delírios.atrocidades da alma e do vazio., matéria laminosa descomunando efêmeros. a louca suplanta argilas, é possível ouvir dos sapos - abismos. despencam tragédias e não há abrigo contra a tempestade, apenas chove, chove, e a moça do tempo prevê um iluminismo infecto, quando o pensamento vale menos que a artimanha dos fracos, aonde foices e fogueiras substituem elementares. lutadores de rua disputam a supremacia final pelo sexo, o subjugado gosta e busca o aniquilamento, aonde tudo esmaece, porque nenhum sagrado sobrevive ao acerto vertiginoso do dejeto

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">NENHUM SAGRADO SOBREVIVE</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/12/nenhum-sagrado-permanece.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/</a>.


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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

CANÇÃO DO FUNERAL

estranho mundo parabólico. estranha noite náutica. nenhuma passagem é apropriada quando a divagação traz o problema concreto. quando o repertório de sorrisos esgota o voo luminoso do luar retirando da prata o sentido das estátuas, tão presente na inércia sublimada da arte: canil efêmero.

aonde a esperança resulta em promessa as manhãs revelam a identidade final do desgarrado "eu busco" - um novo terno mantém na brasa a alma, eu busco: soluções a despeito do mundo normatizado e dos anseios, quem sabe do esquema do mercado persa espera apenas verdade, embora virtude negociada seja uma bruxa cega.

o longo martírio dos direitos esvazia a alma inflada da esperança, escravo é aquele limitado a Oeste pela impotência da lei, pelos conflitos interiores - a Leste. a voz fosforescendo memória submete o caos afetivo ao degenerado desleixo do fim, quando toda espera se mostra um mero espantalho celebrando o desespero do amor não havido, o cadáver de um sentimento apenas aguardado.

ao Deus-dará das notícias podres, o pobre homem permanece na marquise aonde o culto ao bestial arquiteta mentalidades.

velho morcego das revoltas urbanas deixo a noite como a canção do funeral, porque a garra de um abutre é a minha faca e o horizonte infernal é a cidade que devo entender para então concluir o equilíbrio da vidência.

mas não lamente. mosqueteiro ou gueixo o passado é um dejeto. o que eu quis com você entreguei ao Nada, é chegado o extinto compromisso, quando nunca mais olharei pela janela porque do desencanto é sair mais forte. 

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">CANÇÃO DO FUNERAL</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/cancao-do-funeral.html" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/cancao-do-funeral.html</a>.

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

CAMA DESARRUMADA

amo você porque os carros batem
quando trepamos nos jardins bélicos das estátuas,
amo você porque a selvageria indecente
descontrola os passos da dança,
amo você porque o seu corpo é a cólera
de uma fêmea escorrendo a aurora púbica das revoltas abissais,
amo você porque a eva se fez joana d'arc pasionaria
e os amores esbaforidos das cavernas luminosas
do graal berram atrocidades adâmicas
criando raças do deleite libertário.
amo você porque não há outra mulher,
amor é muito mais que exibir ternuras e fornicos,
amor é uma intensidade mais incandescente
que apenas a cama desarrumada,
amo você porque em você amor é um sistema completo,
amo você porque você é a perfeição muito mais feroz
do que ser apenas correto,
porque amor só vale a pena se é rude e extremo,
amo você porque no seu ventre
o amor é o sonho de um potro louco espreguiçando sereno

 <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">CAMA DESARRUMADA</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Erico Alvim</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/cama-desarrumada.html" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/cama-desarrumada.html</a>.

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domingo, 25 de novembro de 2012

andrômedas batalhas

sou aquele cara que vem de noite
quando a lua é a única trégua do alvoroço

andrômedas batalhas espalhadas nas poças do dilúvio
levantam a moral do velho deus que só queria
uma garrafa de refrigerante p'ra aprender
o que é sofrer de amor
apenas amante de uma solidão fora do espelho
aonde o amor amora morais venusianas
e os gepetos recolhem as lágrimas dos garotos sem brinquedos
como eu busco os sonhos seus na praça em que a sombra do dragão
assusta a quem nunca viu nos seus olhos o que é o amor
porque foi vendo na sua alma a dança de guerra da beleza
eu entendi o silêncio é o submundo da razão
aonde reina aquele que ficou sem princesa
porque apenas caminhou demais
num tempo em que o heroi arrasta loucas velocidades
arrancando da terra sonhos sônicos das lavouras arsênicas
aonde crime é esconder o amor embaixo da cama
por amor ao engano
e entra pelo cano quem permanece na mesa
de olho no passado espetando boneco de pano

 <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">andrômedas batalhas</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Erico Alvim</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/sou-aquele-cara-que-vem-de-noite-quando.html" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/sou-aquele-cara-que-vem-de-noite-quando.html</a>.


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marginal

cabe a você dizer o quanto de louco ainda existe,
ou seja, se é ou não corrupto, 
porque há apenas quem abandona as conveniências e os lacres,
e o vendido sem escrúpulo

o segredo da liberdade é só ter a perder o sonho e o desejo,
a escolha e a descrença, porque a fé é permanecer subjugado.

aonde a loucura desregra a estrutura,
a visão do desconhecido apresenta 
a destrutiva face da beleza carnívora 
dos anjos islâmicos ou incas,
postados aonde há abismos,
porque o abismo é o limite da antiguidade permitida

deve-se entender na loucura uma proeza
e no aceite a derrocada,
o perseguir é pura centelha,
e o tempo se mostra por avalanches incendiárias,
aonde o sagrado é o perspicaz,
quando apenas centopeias sobram ao silêncio dos centauros,
e o vermelho de cada fruta da Química 
é uma avidez marcada no subterrâneo da razão,
aonde sangro destroços de uma aberração que sempre foi
o meu lado oculto marginal marcando o domínio da noite
registrado o pôr-do-sol

 <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">marginal</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Erico Alvim</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/marginal.html" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/11/marginal.html</a>.


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sábado, 13 de outubro de 2012

MANCEBO

Procuro outra praia, um passeio solitário, 
no qual o motor acelerado bata no meu peito 
uma história menos mentirosa, e de mediocridade controlada.

Vagueio no dorso de um cavalo 
que me leva desde a origem nunca escrita. 

O que é resto, o que não serve mais, 
deixo pendurado no mancebo, 
no quarto que um dia pensei habitar, 
mas enxerguei como uma lenda sem coletividade. 

É hora de penetrar a madrugada, 
e desaparecer, sorrindo a aventura do nunca ser



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<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nd/3.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" property="dct:title">MANCEBO</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">ERICO ALVIM</a> é licenciado sob uma <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/deed.pt_BR">Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.<br />Baseado no trabalho em <a xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/10/mancebo_13.html" rel="dct:source">http://ericoalvim.blogspot.com.br/2012/10/mancebo_13.html</a>.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ACELERANDO a HARLEY com VOCÊ na GARUPA


eu conheci cada estrela do céu acelerando a Harley com você na garupa, 
conheci cada anjo que vigiava as mazelas fumadas pelos loucos sagrados,
conheci cada pedaço do céu & do inferno acelerando a Harley com você na garupa,
porque era muito fácil disparar nas estradas, com um gato no ombro e você na garupa,
eu amei você embaixo da manta estrelada da rainha das deusas, ao lado da Harley que você levei na garupa,
era mágico rir das tenebrosidades do inferno disparando a Harley com você na garupa,
quando os anjos do Hezzbollah cortavam as lágrimas dos generais penta agônicos como se fossem cebolas,
então, eu conheci os mundos híbridos e os contas de fadas surrealistas, acelerando a Harley com você na garupa,
porque amei você nos acampamentos ciganos ao som das guitarras apaixonadas,
porque amo você a cada segundo acelerando a Harley com você na garupa ou caminhando só pela beira da estrada, ou olhando o céu durante o caos, ou sabendo que de tudo o que é ou não eterno, apenas sei viver porque acelero o coração p'ra viver só por você, com ou sem Harley, esteja ou não na garupa, eu acelero estrada afora só porque amor é caminhar junto a você 





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segunda-feira, 16 de julho de 2012

MENINO CHEGADO


eu inventei as estrelas
ponteando cada lágrima
nas cordas da guitarra, meu Amor,
festejando em cada curva
fechada a chegada próxima,
porque nunca concebi destino sem Você

eu cantei pela voz dos pássaros
o que só é Amor porque humano
demais p'ra ser entendido,
e Te Amei mais ainda
quando era finda toda existência
compreensivelmente declarada

porque a sua Alma é o céu
que me faz sonhar a derradeira Oração,
p'ra que na Terra aonde semeio
a rosa do meu Amor sem fim,
o sorriso da sua face
ilumine as ruas solitárias do meu coração

que é só Seu e que tão Seu,
permaneça eterno
como a canção
da aurora do Tempo,
quando o Tempo era um menino
chegado na aurora



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sábado, 14 de julho de 2012

MENINO ENCANTADO


ainda que uma tristeza imensa
derrube as estrelas da minha alma
aonde é sombrio e louco em mim
a busca é pela festa


o que há de rebelde e incontrolado
no ser de chamas que urra
nos meus abismos
o amor sem precedentes


é na verdade o menino encantado
de um tempo em que todo balão
era uma chegada no céu


e só assim, boquiaberto e no espanto
aprendo em você a enxergar
o que é bom e melhor


melhor e bom puramente enfim




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quinta-feira, 12 de julho de 2012

TURNÉ

Amigos, estou em pré-produção de turné pelo interior de São Paulo.
Por isso, entro menos.
Mas, adoro todos vocês


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sexta-feira, 29 de junho de 2012

PARANOIA BLUES

eu comerei todos os pombos que arrulham sideralidades metálicas no telhado, verei com olhos de gárgula o que a catedral não ousa revelar, lobos me correm nas veias em pleno milagre do sangue virado vendaval, nenhum táxi aceita me levar: minha bagagem é de mil caveiras faladoras, nem um pouco contentes com a beatice das ordinárias e seus algozes, porém eu tento, porque mantenho um lado apóstolo que só nega o mestre na hora de cortar o pescoço do suspeito, mesmo assim, me desimporta a vaidade de vitórias que se declaradas apenas revelam o quanto de usado carrega o abnegado, por isso prefiro a gargalhada e o absintho, eu não minto, sabe, gosto de plantar no quintal o sonho que revela o quanto de imbecil coroa meu delírio, porque nesta metrópole o trono é de quem sabe o preço do vizinho e paga mais 



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quarta-feira, 27 de junho de 2012

NENHUM HERÓI USA CAPA



a referência do ser perdi no pó sem memória a identidade é um fenômeno geométrico cravos bem temperados espalhados a Oeste do drama e a Leste do esquecimento emitem notas fúnebres e os macacos choram o corpo caído no espelho no país das maravilhas o submundo é apenas um dos muitos infernos nenhum herói usa capa quando se trata de encarar o medo as sementes das rosas deram vermes vejo no ar o pedregulho que um dia foi sol e hoje serve de morada aos urubus e aproveito a deixa saio de cena recolhendo a sombra e o passado marginal aonde a longa escadaria nunca foi do castelo e serve ao tribunal do crime e do castigo macabros como eu sirvo ao sonho em que o estranho anjo de asas sangradas planta linguagens inconcebíveis no canteiro em que minhas mãos aparecem penduradas nos caules das generalidades sem nome eu ainda consigo enxergar os passamentos, ainda que as retinas de vidro expressem desenhos orientais um demônio com a face do delírio guarda a porta do túmulo que na verdade é o palacete da emancipação das coisas poderes aonde espero, apenas, espero o derradeiro choque da personalidade que mesmo morta, diz com exatidão o que ainda sou e um dia farei mais que ser

EU PODERIA AMAR A MULHER

meu esqueleto é uma motocicleta rangedora
não caibo nos mapas bem cantados pela eletrônica
avançar é puro desgoverno
neste tempo das ilhas servirem ao turista

eu poderia amar a mulher poderia
mas o que é podre e pobre impede
que haja amor entre dois

eu conheço a cidade em todas cidades
sei aonde encontro o proibido e o facínora
o que importa o ouro e a aurora
vivo aonde o metal nada voga

deixei a índole de poeta no quarto despejado
porque sonharia a linguagem sublime
se o que impera é o violão medíocre?

vindo a manhã após o lento desregrar do verdadeiro ser
pelo sonho esquecido, visto o rosto do vigarista
e ganho a estrada enquanto o sol nasce
para emocionar idiotas na infantilidade que chamam aurora

domingo, 3 de junho de 2012

CATEDRAL


o perigo das ruas não cala o meu Amor
os demônios que mendiganham procuras
vociferam o anel guerreiro que eu porto no dedo
mas só na alma levo jóias
eu tenho no Amor a arma fumegante
no olhar selvagem caço a presa sideral
porque na tenda Você dança a única saudade
que me sucumbe: o corpo de promessa
catedral dos anjos carnais
eu vivo cambalos da embriaguez que é o seu Amor
nada me submete porque no sexo o cão feroz se faz
eu vendo os sonhos da noite no mercado negro
assim pago o almoço da decadência que restou:
a verdade que o mundo só aceita em títulos contábeis
vocefera verbos de fogo dentro do labirinto
o meu grito de Amor cria outros seres
os poderosos nabos do rei
procuram vítimas mais dóceis
só as garrafas perdidas no Dilúvio informam corretamente
o endereço do Amor que me nutre de Você

BURACOS NEGROS

Sangue sangue sangue sangue
sangue sangue sangue sangue
sol
uma bandeira indecifrável
guia o desfile
ignora-se a regra tônica
e o chamado doentio
permanece suspenso
- pedra e espinha da voz

Cavalos loucos guardam
túmulos de mulheres virgens
seladas nos sexos pela cera dos testamentos
porque o Tempo é um Anjo
sorrindo buracos negros

Apenas no submundo da lua
há castelos repletos de orgias e vampiros
descreio no adeus porque o sol nunca faltou
e se me foi o coração dado de morada à alma
é porque chora em mim um Amor
tão definido que até o nome
do sonho decreta entrega

A mesmice do jornalismo não capta quem chegou,
é de propósito, porque na bagunça
a louca harmonia produz as melhores vítimas

Me conduzi além das muralhas desta cidade
aonde a jurumela atlante do perdão e do arrependimento
provoca gargalhadas nos céus

Eu caminho no labirinto dos jardins loucos
aonde as formigas maiores do que os cães
cultuam o serrote,
redemoinhos de ventos materializam anjos bélicos
só porque a aurora é a bandeja de toda permissividade
do meu sexo devoto de você

sábado, 19 de maio de 2012

ALFAZEMA



Um beija-flor estalando mel
no bico aonde a Natureza é Mulher
descobre: o amor é cru
e o desejo a religião do selvagem

A única visão da poesia é a dança
porque o seu corpo é quando
o anjo conhece no acorde fundamental
a doação, e a doçura é o sinal da magia

A cavalgada é a festa dos gestos loucos
porque no seu espreguiçar de amada
a manhã é a alfazema embriagante
do seu sexo aberto em puro perdão

Eu beijei a lua e a concha surge do desejo
o vento é a vontade de ser cor sonhada fogo

Ao nascer o Tempo eu já era imenso na saudade de você,
feito a cólera que doma o dragão pelo olhar e não há triz
o amor que eu entrego é a fera manifestada na ternura
quando só você importa no mundo de estátuas cobertas pelo arco-íris 

Eu sempre vivi infâncias sem limite
animal do amor procuro a carne
na herança sideral que fala pela dança:
a beleza é a santidade da cólera

libertada anjo aonde o perdão é a vinda do Amor
no pomar do querer mais seu


sábado, 4 de fevereiro de 2012

RESPOSTA




Eu não tenho fogo

nem cristal

na resposta,

perdi há muito

a riqueza de me fazer acreditar,

minha bota rasgada vazou

o punhal e o sonho,

porque são meus pés

asas que voam no subterrâneo,

aonde a minha coroa é a estrela caída no abismo



Eu sei apenas o caminho

medindo as pegadas,

deixei na casa velha

máscara e cavalo cego

porque carrego culpas

caídas fora da bagagem,

acendo balões

dos sorrisos que não dei,

mesmo que a verdade

seja o meu derradeiro descrédito



Ainda que eu esqueça

o sonho há delírios

que não batem na porta,

como olhar a manhã

se os meus olhos

são desertos lunares?

Cada passo que me leva

até a emboscada final,

é o faro do lobisomem

desenhando a lua cheia



da solidão que me prende que nem teia


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RESPOSTA de ERIKO ALVYM é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

VIVAS ao SOL


Tudo o que eu tenho
é uma guitarra
e não sei tocar

Tudo parado
tudo irreal
num clima-de-sonho
como se meio-dia
numa cidade-fantasma

Estou sozinho
estou sujo
e desgrenhado
perdido na civilização

solto a voz no meio dos prédios
num rock alucinado de solidão
e dou vivas ao sol
meu pai meu pastor

Sigo as cordas da guitarra
até o pôr-do-sol
onde minha cabeça
rola aos pés dos viciados terminais, baby

Eu sento na calçada
e dou vivas ao sol,
vivas ao sol, vivas ao sol,
faço amor esgotando a noite
pelas estradas do país,
e dou vivas ao sol,
vivas ao sol, vivas ao sol

abro as asas de anjo da estrada
acelerado pela moto que leva
ao céu do teu encontro,
e dou vivas ao sol, vivas ao sol,
vivas ao sol

a autoridade acabou
os portos soterrados
pelas estrelas caídas
servem de palco ao menestrel louco

e o sol nasce dos acordes dissonantes
sem nenhuma outra função
além de revelar o amor público
dos imorais vindos do que éramos antes

eu dou vivas ao sol, vivas ao sol,
vivas ao sol, o que passou permanece,
o sol vive p'ra registrar os sentimentos,
vivas ao sol, vivas ao sol, vivas ao sol

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

BOLA PINTADA



Houve um tempo em que morrer era fácil
mas nem por isso eu vi a Terra menos azul

Eu deixei em cada pegada além do pântano
farmacopéias batucráticas, a sombra é o descanso da alma

Quanto mais desvairo a chama
mais a cólera me resume

Quanto maior o drama
mais profunda a síntese chama

Eu conheci a rua e a face erótica da mentira
porque estou na roubada animal de farejar ao relógio, aloprado o horizonte

Eu danço com a cigana aonde badala o sino dos deuses
nas pedras que guardam as perguntas feitas ao tempo

quando a razão é incapaz de elucidar o destino

Eu pego a sua mão na tarde que espalha o céu para que exista olhar
abraçado a você a realidade muda: o caos vira uma bola pintada de verão

No entanto você veio e a conversa com elfos
é mais do que grafitar o muro das lamentações com versos lunáticos

Como fazer é o tom da canção entregue na tua janela
pela minha alma disfarçada de vitral

Aonde chegar, é a náutica de um sonho
que nenhum cosmos decifrou

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BOLA PINTADA de ERIKO ALVYM é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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CAVEIRA do SONHO


Sou um rebelde amortalhado no terno
se o carro é minha alma de ferro,
só a caveira do sonho me dá amor

o anjo do inferno
gargalhando
no ronco do automóvel
faz do sexo meu calvário
faz da morte meu hotel

mexa baby, mexa, mexa baby,
mexe azancas, rebola cios varados
aquaralhos motocigrelos

quando o sol aparecer de novo
você não mais me verá,
o amor perdido na estrada
era deus hoje um velho só,
façamos da noite
a celebação da cama,
façamos do sonho
a verdade que chama

tenha misericórdia, Senhor,
tire os demônios do caminho
p'ra que o amor seja melhor

domingo, 1 de janeiro de 2012

RASTRO de HOMEM


Me enterrem 'baixo do sol nascente
p'ra que eu seja o anjo badalando o sino
que espalha pássaros que piam demências
escorrendo o desejo do sexo das meninas -1x

A lua guarda nas sombras estátuas
dos guerreiros nus como eu fico por você
apontando o horizonte a espera
do teu vulto surgido na estrada

baby pedras rolando deslocam a nascente do sol
(a nascente do sol) para o nosso amor de amantes-------REFRÃO
deixar na lagoa as roupas amarrotadas da moral


baby deixo um rastro de homem
escorrendo nas rosas ardentes
nas esquinas dos motéis vagabundos -1x
baby grafito meu rastro de homem
nos viadutos vazios das madrugadas
baby para os solitários paraíso
é quando o amor vive na distância
baby para os solitários
o amor é uma rosa nascendo no espelho

baby para os solitários baby para os solitários -1x