quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
VIVAS ao SOL
Tudo o que eu tenho
é uma guitarra
e não sei tocar
Tudo parado
tudo irreal
num clima-de-sonho
como se meio-dia
numa cidade-fantasma
Estou sozinho
estou sujo
e desgrenhado
perdido na civilização
solto a voz no meio dos prédios
num rock alucinado de solidão
e dou vivas ao sol
meu pai meu pastor
Sigo as cordas da guitarra
até o pôr-do-sol
onde minha cabeça
rola aos pés dos viciados terminais, baby
Eu sento na calçada
e dou vivas ao sol,
vivas ao sol, vivas ao sol,
faço amor esgotando a noite
pelas estradas do país,
e dou vivas ao sol,
vivas ao sol, vivas ao sol
abro as asas de anjo da estrada
acelerado pela moto que leva
ao céu do teu encontro,
e dou vivas ao sol, vivas ao sol,
vivas ao sol
a autoridade acabou
os portos soterrados
pelas estrelas caídas
servem de palco ao menestrel louco
e o sol nasce dos acordes dissonantes
sem nenhuma outra função
além de revelar o amor público
dos imorais vindos do que éramos antes
eu dou vivas ao sol, vivas ao sol,
vivas ao sol, o que passou permanece,
o sol vive p'ra registrar os sentimentos,
vivas ao sol, vivas ao sol, vivas ao sol
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
BOLA PINTADA
Houve um tempo em que morrer era fácil
mas nem por isso eu vi a Terra menos azul
Eu deixei em cada pegada além do pântano
farmacopéias batucráticas, a sombra é o descanso da alma
Quanto mais desvairo a chama
mais a cólera me resume
Quanto maior o drama
mais profunda a síntese chama
Eu conheci a rua e a face erótica da mentira
porque estou na roubada animal de farejar ao relógio, aloprado o horizonte
Eu danço com a cigana aonde badala o sino dos deuses
nas pedras que guardam as perguntas feitas ao tempo
quando a razão é incapaz de elucidar o destino
Eu pego a sua mão na tarde que espalha o céu para que exista olhar
abraçado a você a realidade muda: o caos vira uma bola pintada de verão
No entanto você veio e a conversa com elfos
é mais do que grafitar o muro das lamentações com versos lunáticos
Como fazer é o tom da canção entregue na tua janela
pela minha alma disfarçada de vitral
Aonde chegar, é a náutica de um sonho
que nenhum cosmos decifrou
BOLA PINTADA de ERIKO ALVYM é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at erikoalvym.blogspot.com.
CAVEIRA do SONHO
Sou um rebelde amortalhado no terno
se o carro é minha alma de ferro,
só a caveira do sonho me dá amor
o anjo do inferno
gargalhando
no ronco do automóvel
faz do sexo meu calvário
faz da morte meu hotel
mexa baby, mexa, mexa baby,
mexe azancas, rebola cios varados
aquaralhos motocigrelos
quando o sol aparecer de novo
você não mais me verá,
o amor perdido na estrada
era deus hoje um velho só,
façamos da noite
a celebação da cama,
façamos do sonho
a verdade que chama
tenha misericórdia, Senhor,
tire os demônios do caminho
p'ra que o amor seja melhor
domingo, 1 de janeiro de 2012
RASTRO de HOMEM
Me enterrem 'baixo do sol nascente
p'ra que eu seja o anjo badalando o sino
que espalha pássaros que piam demências
escorrendo o desejo do sexo das meninas -1x
A lua guarda nas sombras estátuas
dos guerreiros nus como eu fico por você
apontando o horizonte a espera
do teu vulto surgido na estrada
baby pedras rolando deslocam a nascente do sol
(a nascente do sol) para o nosso amor de amantes-------REFRÃO
deixar na lagoa as roupas amarrotadas da moral
baby deixo um rastro de homem
escorrendo nas rosas ardentes
nas esquinas dos motéis vagabundos -1x
baby grafito meu rastro de homem
nos viadutos vazios das madrugadas
baby para os solitários paraíso
é quando o amor vive na distância
baby para os solitários
o amor é uma rosa nascendo no espelho
baby para os solitários baby para os solitários -1x
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