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BENVINDANÇAS

bem vindo ao tempo em que centopeia era carro de guerreiros/
bem vindo ao castelo do último vampiro associado ao último dos dragões/
bem vindo ao amor do amor amado na chama louca dos compassos sussurrados pelo deus dos relâmpagos clamados/

bem vindo à torre em que o pirata espreita o sono povoado da princesa, sabendo: conto de fadas é armadilha e só o otário espera compreensão/
bem vindo, sobretudo, à terra de uma política tão incorreta, que dizer o que pensa é obrigatório na luta pela vida que mantém a cabeça no pescoço

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domingo, 3 de junho de 2012

CATEDRAL


o perigo das ruas não cala o meu Amor
os demônios que mendiganham procuras
vociferam o anel guerreiro que eu porto no dedo
mas só na alma levo jóias
eu tenho no Amor a arma fumegante
no olhar selvagem caço a presa sideral
porque na tenda Você dança a única saudade
que me sucumbe: o corpo de promessa
catedral dos anjos carnais
eu vivo cambalos da embriaguez que é o seu Amor
nada me submete porque no sexo o cão feroz se faz
eu vendo os sonhos da noite no mercado negro
assim pago o almoço da decadência que restou:
a verdade que o mundo só aceita em títulos contábeis
vocefera verbos de fogo dentro do labirinto
o meu grito de Amor cria outros seres
os poderosos nabos do rei
procuram vítimas mais dóceis
só as garrafas perdidas no Dilúvio informam corretamente
o endereço do Amor que me nutre de Você

BURACOS NEGROS

Sangue sangue sangue sangue
sangue sangue sangue sangue
sol
uma bandeira indecifrável
guia o desfile
ignora-se a regra tônica
e o chamado doentio
permanece suspenso
- pedra e espinha da voz

Cavalos loucos guardam
túmulos de mulheres virgens
seladas nos sexos pela cera dos testamentos
porque o Tempo é um Anjo
sorrindo buracos negros

Apenas no submundo da lua
há castelos repletos de orgias e vampiros
descreio no adeus porque o sol nunca faltou
e se me foi o coração dado de morada à alma
é porque chora em mim um Amor
tão definido que até o nome
do sonho decreta entrega

A mesmice do jornalismo não capta quem chegou,
é de propósito, porque na bagunça
a louca harmonia produz as melhores vítimas

Me conduzi além das muralhas desta cidade
aonde a jurumela atlante do perdão e do arrependimento
provoca gargalhadas nos céus

Eu caminho no labirinto dos jardins loucos
aonde as formigas maiores do que os cães
cultuam o serrote,
redemoinhos de ventos materializam anjos bélicos
só porque a aurora é a bandeja de toda permissividade
do meu sexo devoto de você