sorrio caipirinhas tristes
embaixo do luar que chora estrelas
o carro fala por mim porque o coração insiste
em saudadear rasteiras
aonde vou arrisco o voo
arrastando pistolas amolecidas de tanto errar
como a bagagem arriada d'um viajante que dessonhou
e mesmo assim manteve o passo em cima do ar
apenas enxergo longe
porque mergulho os pés no rio
minha manga a carta esconde
da cigana cujo nome fio
porque o cio sem você é personagem anônimo
o que busco: fertilidade e ânimo
o meu corpo pede prazer
é a sua oferta de seiva na fenda
que agasalha minh'alma
espero que entenda a fauna
das intensidades permanentes
é nas suas entranhas
a cumplicidade da terra com as sementes
quando a distância a manhao que brilha no desconhecidoa sanha safada de uma sacanagemquando da chuva a estiagem desveraneia o abrigoaonde sirvo a ceia na molecagem contigo
ERICO ALVIM
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