Ao soar a trombeta sagrada
pelo coração do pássaro da manhã
o céu se encheu de cores
pelo gargalo do horizonte
e os povos que celebram a liberdade
cultuando o fogo nas escalas do violão
desapareceram nos becos e nas cavernas
como eu prefiro desaparecer
na estrela que é a última lágrima
de amor da madrugada
descendo pelo túmulo até o centro da Terra
aonde o trono de ossos do anjo
que esqueceu a origem
indica no brasão que o perdido sou eu
Eu já não tenho o amor da mulher sonhada
a tenda na estrada deixei abandonada
junto com a saudade que ficou
no apago da brasa
O carro abandonei no acostamento
com o anjo enamorado pela morte
e levo o corpo cheio de sensações
do fogo e do tesão
e um desejo que me deleita o pau
vibrotremulado na única doçura que molda a glande:
teu cu!
teu cu - uma caverna de seda e geléia de fogo
flor carnívora que massageia engolindo minha alma
pela rola,
anja de quatr'alada
- teu cu, meu fêmeo
ÚLTIMA LÁGRIMA de ERIKO ALVYM é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at erikoalvym.blogspot.com.