terça-feira, 8 de março de 2011
A NOITE CHEGA numa CANTIGA
Eu abobo na tua corte
o anjo abrindo as asas
pelo sorriso da nudez
Eu desço do cavalo da minha sombra
e o meu sexo é um relincho em brasa
espalhando o sonho que deixo aos teus pés
toda vez
Abóboro a meia-noite
das bruxarias amorosas
a rua é o eco do meu chamado
desenhando-te as curvas no horizonte
Porque foi colocado na tua mesa
este coração que não me serve
e um carinho que faz do meu grito
um pincel inventando a cor
na vertigem do teu andar
- andaluzio das canções,
conta a gota que sai mar
da concha abotoada no tempo perdido
tão perdido de lembrança
que o amor é um anjo virado saudade
aonde a noite chega
numa cantiga brincada na cabra-cega
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