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BENVINDANÇAS

bem vindo ao tempo em que centopeia era carro de guerreiros/
bem vindo ao castelo do último vampiro associado ao último dos dragões/
bem vindo ao amor do amor amado na chama louca dos compassos sussurrados pelo deus dos relâmpagos clamados/

bem vindo à torre em que o pirata espreita o sono povoado da princesa, sabendo: conto de fadas é armadilha e só o otário espera compreensão/
bem vindo, sobretudo, à terra de uma política tão incorreta, que dizer o que pensa é obrigatório na luta pela vida que mantém a cabeça no pescoço

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

MEU REDUTO

A arte livre
está morrendo,
restou apenas
esta caverna
p'ra te amar

A longa especulação
se instala,
o inquisidor
desenha sex'viagens
na prancheta

O céu avermelha
do sonho desfraldado
do anjo que navega
sobre caveiras,
sinos revoam morcegos

Harpas flamejam gritarias
aonde estátuas
mudam expressões
porque uma nova religiosidade
é centrada no amor despudorado

Ousarei outra aventura?
as muralhas erguidas
das pedras vindas da lua
não impedem o mar
na chama eterna escrevo a despedida

certo de que só o amor
que você me entregou
no bosque mágico
é a chave da outra vida:
lá, o teu lado é o meu reduto

o teu amor o levante do ser

CHAPÉU da BRUXA

Ok, ponhamos as
mochilas nas costas,
carregando
formão e martelo
encontraremos
a lágrima divina.

Viver: além do sonho
encontrar alguém é
despejar no céu o combustível
que faz da estrela negra
o sol nascente

Cometa salpicando as
tintas do Amor
nos olhos dos
que vivem a
intensidade.

Além da pesca
o vagabundo espera
fortuna e esquecimento
porém, resta
pouco tempo, a mera

migalha cai do banquete
no chapéu da bruxa,
o macete é saber quem puxa
o tapete na hora sagrada,
e garantir o amor.

Fuma-se
ao cair da noite
porque a lei
fecha as portas
aos necessitados,

meu amor, busquei
o que os gigantes
protegiam, e nunca mais
tive a emoção do segredo,
apenas a descida arrepiante

sem a voz,
porém cantando,
ambicionando mulher
e bebida aonde
só os reencarnados na fé
sabem

vivo-te no ato
que restou
para entender
em ti é lúcido
o profético,
mais forte só
soando o clarim
do teu me fazer

nisso o passado desaparece:
há sociedade,
ainda que nas cavernas lunares

ROCK POETIKO

Rock Poetiko é uma forma de fazer o rock utilizando a estrutura básica do blues e as possibilidades do heavy rock setentista e do melódico, como bases para a exploração da poesia moderna e da teatralidade. É uma forma de rock nascida no Brasil, e por isso inclui na base sonora contribuições ritmicas nacionais.
A predominância da expressão poética marca este tipo de rock como uma manifestação tipicamente brasileira, cujo idioma musical é uma estrutura desenhada de virtuosismo instrumental, a partir do qual a teatralidade é a exploração do insólito e do suspense, estabelecidos pelo diálogo: imagem poética X improviso instrumental, casando prosódia e síncope como a estrutura conjugada de linguagens que se completam.
A postura ousider e rebelde do solista ERIKO ALVYM libera os músicos na elaboração de caminhos inéditos no universo da música popular, e colocam o Brasil na ponta na criação musical do ambiente rockeiro planetário.
www.palcomp3.com.br/ERIKO+ALVYM
www.myspace.com/ERIKO+ALVYM
www.recantodasletras.com.br/voz-ERIKO+ALVYM

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DÁ CÁ da AMÉRICA



Aonde está a terra inconformada
dos poetas loucos estradeiros,
dos músicos negros do batuque espiritual,
do povo dicavalcântico da favela,
dos revolucionários e dos anarquistas declarados?

Embaixo das botas das coca-colas militares,
multinacionais no toma lá
e provincianas no dá cá da américa profunda
como um esconderijo de piratas
aonde cada estrela é uma caveira de anjo caído

Aonde estão os vagabundos rolando os dados
das trapaças que fizeram do samba
a ópera do oprimido? Nosso tempo
é da bajulação e do escarro, dos mastercardóides
alisando o número como o sexo d'um deus profano

O amor livre é procurado como bandido
expulso das ruas pela igreja dos pornólatras,
a única ousadia é cheirar a doçura
que o luar espalha nos lagos,
cientificamente exatos na frente do céu que espelha nossas faces sem olhos

Aonde a lenda persiste há verdade,
o cavalo da morte visto dos palácios fumegantes
é um garanhão sedento, abertas as portas do espírito:
é um pangaré sem dentes,
resta pisar na lama deixando pegadas no corredor de marfim

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

BALADA SERTANEJA

ferrovia retorcida pelo caos
barbaridas zorras!
anões confabulam na estalagem
planos que afundam os maus,
pé na estrada - viver o sonho até que morra,
apenas na tempestade os escolhidos agem
- o espantalho fuma irônico as cores da canção

meu amor, quero você ao meu lado
atravessemos a ponte do parque abandonado
as estátuas dopadas de esquecimento
assistem à cumplicidade do nosso amor
despertar o pólem do sexo nas flores, o jumento
caipira domina a cidade - coroa de brilhantes
e espinho na alma, a beleza só é real assustada

entender o belo é pisar do outro lado da verdade
balada sertaneja é o céu tingido de pássaros na aurora
- o sol é dos pássaros a pura cantoria esparramada,
encarar o caminho é decifrar o tudo ou nada
milagre é fecundar no deserto pelo peixe
a flor sagrada e espalhar a água cristalina
da fonte levantando das pedras os sonhos

caídos da lua como moedas jogadas

O ROCK É PASSADO

A alegria é desarrumar a cor
num olhar triste,
é uma procura pela algazarra
aonde o silêncio insiste
em avermelhar a lágrima
do que o sorriso do palhaço,
alegria é a estrela que a alma não chorou

E se já foi moleque saltar muros
levando embora os frutos proibidos
e o sorriso ensolarado da ousadia,
a tristeza é sempre uma procura sem chegada,
é o rock que deixou a farra de ser incerto
p'ra virar uma missa negra
mais velha que a Inquisição

Porque o rock é uma alegria
feita de esperança rebelde
e amor livre, um bom rock
é um jeito de dizer o que a alma
pede, é sempre uma leveza selvagem
aonde o medo era o abismo
servir de túmulo à esperança

O rock é passado p'ra trás
quando o assunto é religião,
malandragem e rebeldia
são preces no sorriso largo
quando o amor é a união sempre
da procura e da alegria
e a diferença o desenho pelo som

O rock sendo o olho despudorado
da poesia da rua é um acordar
na praia vendo o milagre
do céu descendo Criação no mar,
e tudo isso só tem sentido
ao lado de uma mulher tanto amada
que a tristeza seja sempre não ser mais do que se foi